De regresso depois de um excelente (e um pouco cansativo por causa do calor) passeio por Itália. Um percurso feito entre Veneza, Florença, Siena, Cinque Terre e Bolonha, recorrendo aos transportes locais e que me deixou agradavelmente surpreendido ao poder confirmar localmente a eficiência dos serviços públicos italianos. Parece que, de facto, aqui a economia e a administração funcionam para além e independentemente da política.
Da onírica Veneza que dizer, para além de que está sempre bela e sempre cheia de turistas. Optámos por passear muito a pé e por fugir, e nem sempre é possível, ao percurso turístico mais batido. Por isso visitámos alguns dos bairros onde os Venezianos vivem - Sestieri Castello pela Via Garibaldi, San Pietro e sua Isola, San Polo, Dorsoduro, o mercado e também, por sorte, uma festa popular... e respectivas Fondamentas. Veneza conta-nos várias histórias mesmo nos bairros sociais com as suas roupas coloridas penduradas a secar em cordas que atravessam os becos transversais à Via Garibaldi. Por aí há poucos turistas e como os canais nos acompanham ao longo do passeio podemos sempre parar e beber uma birra numa esplanada de venezianos, a olhar o movimento dos barcos. E quando o cansaço aperta e as deslocações são maiores, vamos de vaporeto; vale a pena comprar um bilhete diário e sair onde nos apetece e voltar a entrar as vezes que forem necessárias, sem esquecer de ir ao Lido ver o mar. Temos a certeza que muito ficou por ver e sentir; partimos com a inconfessada esperança de que talvez haja um dia de regresso.
Florença. Visitas programadas apenas a ansiada Galleria degli Uffizi e a Galleria dell'Accademia. Como a primeira visita estava marcada para o dia seguinte acabámos por ir ao Palazzo Pitti logo que chegámos, até para fugir ao calor. Florença é arte e como se não chegasse, em acumulação com o planeado, decorria uma exposição temporária, nos vários locais visitados, de tema "Caravaggio e dei caravaggisti". Ao entrar na primeira sala do Palazzo Pitti dou de caras com o "Baco" de Caravaggio que me tira a respiração e me deixa um nó na garganta. Não tive coragem para me mexer durante o breve minuto que levei a recompor-me, de olhos esbugalhados e a respirar fundo. E foi assim durante dois dias; um excessivo banho de beleza excessiva. Mas ainda tivemos tempo para longos passeios a pé e para nos metermos pelas ruas estreitas à procura das Osterie dei fiorentini. E, finalmente, aproveitámos a ocasional oportunidade de assistir a um bom espectáculo musical com Dalla e De Gregori, ao ar livre, in una calda notte, na Piazza Santa Croce. Boa maneira de nos despedirmos de Florença.
Siena. Calhou assim; visitámos Siena nos dias da Festa do Pálio. A cidade regurgita gente, os Bairros estão em festa e andam pelas ruas a mostrar os seus trajes e cavalos. O calor aperta e refugiamo-nos nos gelados, sempre bons. A Piazza del Campo está preparada para a luta de cavalos e cavaleiros e aí estivemos entre milhares que não arredam pé até os derradeiros minutos da corrida. À noite comemora-se em jantares colectivos ao ar livre. Mas é bom não esquecer de visitar o Duomo que é lindíssimo e a sua Libreria Piccolomini. Foi diferente; aqui a cultura anda pelas ruas. Valeu a pena.
Cinque Terre. Visitar Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare, as cinco localidades alcandoradas na costa escarpada da Liguria e que fazem parte do Parque Natural Cinque Terre. Uma pausa nos percursos artísticos de Itália aqui substituidos pelo confronto com a natureza. E surpreendem-nos, também, estas povoações de difícil acesso, construídas como que para fazer a demonstração da persistência humana, capaz de viver em locais aparentemente agrestes, transformados agora em locais de visita obrigatória para ecologistas retardados e jovens de mochila às costas ansiosos por mudar o mundo. Obrigatório fazer as viagens de barco entre as várias localidades e aproveitar para ir a Portovenere. Um bilhete diário dá para tudo. E não perdemos o passeio da Via dell'Amore entre Riomaggiore e Manarola. É bonito e fácil; muito melhor se for de manhã cedo, quando há poucos turistas, como nós fizemos.
Bolonha. Último destino para passear mais devagar, fazer compras (opção) e apanhar o avião de regresso. A cidade das arcadas. Quilómetros e quilómetros de arcadas que no centro - Via de L'Independenza até à Piazza Maggiore e continuação até à Piazza Cavour - estão repletas de um comércio rico, de belas montras e grandes marcas. Na Piazza Maggiore vale a pena visitar a Collezioni Comunali d'Arte (Palazzo Comunale) e o Museu Morandi; tudo gratuito o que em Itália é uma excepção. No final da tarde sentámo-nos num dos cafés das arcadas da Piazza Maggiore a beber uma cerveja e a olhar o movimento. À noite iria aí decorrer uma sessão integrada num ciclo de cinema italiano promovido pela cinemateca. Boa ideia para o Verão! Ainda espreitámos; estavam a passar o "La Dolce Vita" do Fellini com legendas em francês. Vale a pena tentar apanhar o ambiente da zona universitária passeando pela Via Zamboni, passando pelo Teatro Comunale e explorando praças e transversais. Obtem-se uma bela vista geral e final de despedida de Bolonha indo aos Giardini Regina Margherita, o que é possível viajando nos City Red Bus. Autocarros que fazem uma viagem de 1 hora por toda a cidade, com saídas e entradas livres, no período de um dia, por 10€. Gostámos de Bolonha. Uma cidade aberta onde se respira a juventude da sua universidade.
Este ano não fazemos mais importações.
Florença. Visitas programadas apenas a ansiada Galleria degli Uffizi e a Galleria dell'Accademia. Como a primeira visita estava marcada para o dia seguinte acabámos por ir ao Palazzo Pitti logo que chegámos, até para fugir ao calor. Florença é arte e como se não chegasse, em acumulação com o planeado, decorria uma exposição temporária, nos vários locais visitados, de tema "Caravaggio e dei caravaggisti". Ao entrar na primeira sala do Palazzo Pitti dou de caras com o "Baco" de Caravaggio que me tira a respiração e me deixa um nó na garganta. Não tive coragem para me mexer durante o breve minuto que levei a recompor-me, de olhos esbugalhados e a respirar fundo. E foi assim durante dois dias; um excessivo banho de beleza excessiva. Mas ainda tivemos tempo para longos passeios a pé e para nos metermos pelas ruas estreitas à procura das Osterie dei fiorentini. E, finalmente, aproveitámos a ocasional oportunidade de assistir a um bom espectáculo musical com Dalla e De Gregori, ao ar livre, in una calda notte, na Piazza Santa Croce. Boa maneira de nos despedirmos de Florença.
Siena. Calhou assim; visitámos Siena nos dias da Festa do Pálio. A cidade regurgita gente, os Bairros estão em festa e andam pelas ruas a mostrar os seus trajes e cavalos. O calor aperta e refugiamo-nos nos gelados, sempre bons. A Piazza del Campo está preparada para a luta de cavalos e cavaleiros e aí estivemos entre milhares que não arredam pé até os derradeiros minutos da corrida. À noite comemora-se em jantares colectivos ao ar livre. Mas é bom não esquecer de visitar o Duomo que é lindíssimo e a sua Libreria Piccolomini. Foi diferente; aqui a cultura anda pelas ruas. Valeu a pena.
Cinque Terre. Visitar Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare, as cinco localidades alcandoradas na costa escarpada da Liguria e que fazem parte do Parque Natural Cinque Terre. Uma pausa nos percursos artísticos de Itália aqui substituidos pelo confronto com a natureza. E surpreendem-nos, também, estas povoações de difícil acesso, construídas como que para fazer a demonstração da persistência humana, capaz de viver em locais aparentemente agrestes, transformados agora em locais de visita obrigatória para ecologistas retardados e jovens de mochila às costas ansiosos por mudar o mundo. Obrigatório fazer as viagens de barco entre as várias localidades e aproveitar para ir a Portovenere. Um bilhete diário dá para tudo. E não perdemos o passeio da Via dell'Amore entre Riomaggiore e Manarola. É bonito e fácil; muito melhor se for de manhã cedo, quando há poucos turistas, como nós fizemos.
Bolonha. Último destino para passear mais devagar, fazer compras (opção) e apanhar o avião de regresso. A cidade das arcadas. Quilómetros e quilómetros de arcadas que no centro - Via de L'Independenza até à Piazza Maggiore e continuação até à Piazza Cavour - estão repletas de um comércio rico, de belas montras e grandes marcas. Na Piazza Maggiore vale a pena visitar a Collezioni Comunali d'Arte (Palazzo Comunale) e o Museu Morandi; tudo gratuito o que em Itália é uma excepção. No final da tarde sentámo-nos num dos cafés das arcadas da Piazza Maggiore a beber uma cerveja e a olhar o movimento. À noite iria aí decorrer uma sessão integrada num ciclo de cinema italiano promovido pela cinemateca. Boa ideia para o Verão! Ainda espreitámos; estavam a passar o "La Dolce Vita" do Fellini com legendas em francês. Vale a pena tentar apanhar o ambiente da zona universitária passeando pela Via Zamboni, passando pelo Teatro Comunale e explorando praças e transversais. Obtem-se uma bela vista geral e final de despedida de Bolonha indo aos Giardini Regina Margherita, o que é possível viajando nos City Red Bus. Autocarros que fazem uma viagem de 1 hora por toda a cidade, com saídas e entradas livres, no período de um dia, por 10€. Gostámos de Bolonha. Uma cidade aberta onde se respira a juventude da sua universidade.
Este ano não fazemos mais importações.
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